Eficiência: ponto de partida e premissa para qualquer projeto de rede

Em uma indústria de capital intensivo e margens apertadas, a eficiência deve ser o ponto de partida e pré-condição para todo e qualquer projeto de rede. Eficiência implica maximizar a relação entre a capacidade da rede de entregar serviços e os investimentos e custos necessários para isso. No entanto, por mais simples que isso pareça, muitos projetos ficam longe dessa otimização. Pressões de fluxo de caixa no curto prazo desviam muitos planos de investimento para plataformas e arquiteturas que apresentam menor custo, mas que restringem o potencial de crescimento do negócio, a longevidade da rede e o retorno sobre o investimento como um todo. Essa armadilha também está presente na busca de muitos provedores por aparente economia na eletrônica de rede, que em geral é uma fração pequena do investimento total em infraestrutura, às custas de limitar significativamente a capacidade de geração de valor da sua valiosa rede de fibra. É como comprar um carro de alta performance e abastecê-lo com combustível de baixa qualidade. No longo prazo, é o clássico barato que sai caro. A maximização da eficiência de rede envolve a adoção de soluções que permitam o crescimento do tráfego, da banda e do número de usuários ao longo da vida útil da rede e do negócio, viabilizando o crescimento sustentado da receita.

Flexibilidade: a chave para a diversificação e adaptabilidade

Um projeto de rede focado em eficiência no longo prazo é uma condição necessária, mas não suficiente, especialmente devido ao dinamismo e a imprevisibilidade do mercado. Flutuações de demandas, mudanças no cenário econômico e competitivo, novas tecnologias e tendências... não são poucas as forças que criarão novos requisitos e infligir pressões na rede. É aí que entra a flexibilidade, que é a propriedade de ajustar e redirecionar a rede para novas realidades que se apresentem. Uma arquitetura flexível deve permitir que novos serviços sejam lançados à medida que surjam oportunidades de mercado, novas tecnologias possam ser integradas à rede, novas demandas de clientes sejam atendidas e novas exigências de usuários sejam satisfeitas. Flexibilidade é a capacidade da rede de se adaptar a mudanças de cenário e o potencial para acomodar alterações na estratégia de negócio entregando serviços além da concepção inicial da rede, de modo a viabilizar a diversificação de receitas. Por exemplo, se um provedor projeta uma rede de fibra óptica para banda larga em uma região, a eficiência deve guiar o projeto de eletrônica de rede para entregar banda larga de alta qualidade a custos reduzidos desde o início e viabilizar os upgrades necessários ao longo dos anos, enquanto a flexibilidade deve promover a diversificação de receitas e a monetização de ativos de rede por meio da oferta de serviços de atacado ou corporativos valendo-se da mesma plataforma.

Quatro pilares para o crescimento sustentável com eficiência e flexibilidade

Flexibilidade e eficiência são princípios essenciais para o planejamento de redes, mas pode ser difícil converter esses abstratos conceitos em critérios claros de decisão de investimento. Analisando as abordagens e estratégias de redes mais consistentes e bem-sucedidas de provedores mundo afora, conseguimos projetar esses princípios em quatro pilares objetivos de planejamento: escalabilidade, modularidade, abertura e convergência.

Escalabilidade de rede diz respeito à habilidade de aumentar a banda e acomodar novos usuários à medida que a demanda de serviços cresce em volume e intensidade.

Modularidade refere-se a arquiteturas componentizadas ou desagregadas, que permitem estender a cobertura de rede com plataformas leves que podem ampliar sua capacidade e/ou diversificar suas funções a partir de plugues, módulos ou da composição com outras plataformas.

Abertura se concretiza em plataformas que seguem protocolos e padrões abertos, permitindo a seleção de componentes interoperáveis sem restringir as escolhas a um único fornecedor. É um fator crítico para maximizar a inovação, manter custos sob controle e deixar opções abertas para evoluir e diferenciar seus serviços de acordo com a realidade de cada região.

Convergência engloba os conceitos de multisserviços, versatilidade e simplicidade. Trata-se da ideia de que plataformas de rede devem suportar múltiplas aplicações, além de serem capazes de desempenhar diversos papéis na rede e combinar o atendimento a diferentes demandas.

Com esses 4 pilares endereçados, o provedor ou operadora fica com muito mais possibilidades à mão pra traçar e executar sua estratégia de rentabilização.

Um exemplo desses conceitos é a arquitetura modular de banda larga, lançada há alguns anos pela Ciena. Esse novo paradigma de redes ópticas passivas (PON) está transformando o mercado global de banda larga e se tornou a referência para os líderes do mercado IP. A arquitetura se baseia na tecnologia de μOLT plugável, que transforma roteadores de acesso ou agregação em terminadores de acesso PON. Isso significa que um único roteador na borda da rede é capaz de atender simultaneamente a banda larga, serviços IP e Ethernet para empresas e governos, ou conectividade para outras operadoras, sem equipamentos adicionais ou necessidade de chassis dedicados com escalonamento amarrado. Cada porta do roteador pode receber um plugue μOLT quando necessário e acomodar até 128 novos usuários de banda larga. A solução é completamente aberta e permite que os provedores expandam sua cobertura com mínimo investimento em eletrônica, combinem componentes de diversos fornecedores e ampliem a capacidade facilmente à medida que novos usuários se conectam, sem a necessidade de substituição de equipamentos. Tudo isso com operação simplificada e menos elementos na rede.

Posicionando-se para um futuro de otimização e novos serviços com IA

Não podemos falar de planejamento e de futuro sem ponderar o impacto da inteligência artificial, que promete transformar radicalmente o setor de telecomunicações. Seja em termos de operação, demanda ou monetização, são muitas as possibilidades que a IA criará, mas esses caminhos só estarão disponíveis para provedores e operadoras cujas redes sejam adaptativas. Para alimentar os modelos de IA, a rede precisa ser altamente instrumentada, gerando telemetria abudante em tempo real, com interfaces integráveis. Para ser otimizável e viabilizar a criação de serviços em tempo real, a rede deve ser altamente flexível, capaz de crescer e realocar recursos dinamicamente. As arquiteturas e plataformas de rede ancoradas em escalabilidade, modularidade, abertura e convergência serão diferenciais para a geração de valor nessa revolução do mercado que a IA está iniciando.

Estamos atravessando um ponto de inflexão no setor de telecomunicações, inaugurando uma era de aceleração de mudanças, novas dinâmicas de demanda e de concorrência, novos papéis, oportunidades e desafios para os atores do mercado. Neste cenário de incertezas, o melhor posicionamento é a flexibilidade para adaptar-se às mudanças com agilidade, apoiada na eficiência contínua para gerar valor hoje e no futuro. Das maiores operadoras aos pequenos provedores de acesso, posicionar a rede de forma adaptativa é um essencial para o sucesso. As redes do futuro serão caracterizadas por sua capacidade de responder a novas demandas de mercado e aproveitar as tecnologias emergentes para melhorar a operação de rede e criar novas fontes de receita. A implementação bem-sucedida dessas estratégias requer uma reavaliação das práticas atuais e uma disposição para abraçar novas tecnologias e abordagens de rede mais escaláveis, modulares, abertas e convergentes. Flexibilidade e eficiência de rede serão fatores críticos da valorização das operadoras de rede, do impacto que elas conseguem trazer para suas comunidades e, em ultíma instância, de todo o sucesso do negócio. Com soluções ópticas coerentes e IP convergente, arquitetura modula de banda larga e automação: a Ciena é pioneira e líder no fornecimento de plataformas para redes adaptativas. Converse com a nossa equipe para discutir como podemos ajudar você na evolução da sua rede.