Repensando o NaaS como uma jornada para a abertura e automação
O que é Network as a Service (NaaS)? É uma pergunta simples, mas há muita confusão no mercado sobre a resposta.
Alguns equívocos ou mitos comuns sobre o NaaS (rede como serviço) são que ele é apenas uma nova maneira de os provedores de serviços de comunicações (CSPs) venderem serviços virtualizados para empresas, que trata-se apenas de operações de suporte à transformação do sistema por meio de APIs abertas e programáveis ou que é a mesma coisa do que a rede definida por software (SDN).
Talvez o maior equívoco, entretanto, seja que o NaaS não é real - que é uma meta futurística. Embora o NaaS seja, de fato, uma visão de "estado futuro" para os CSPs, eles podem e estão usando-o atualmente em ambientes de produção.
Gosto de pensar no NaaS como uma jornada evolutiva em direção a uma arquitetura de rede, operações e negócios que seja aberta, ágil e automatizada. A conclusão bem-sucedida dessa jornada resultará na transformação digital que permitirá aos CSPs retomar o controle de suas redes, economizar em custos operacionais, aumentar a inovação, acelerar o time to market e melhorar a experiência do cliente.
Livrando-se do espaguete
Os CSPs estão muito familiarizados com a integração "espaguete" que tem atormentado sua infraestrutura de B/OSS (Business and Operations Support System). Tradicionalmente, os domínios da rede e os processos operacionais foram fortemente acoplados, o que significa que todos os novos elementos da rede devem ser integrados manualmente com o B/OSS. Os processos operacionais de rotina também envolvem pessoas - técnicos que acessam o B/OSS para coletar informações que ajudem a projetar, ativar e garantir serviços.
Essa abordagem resulta em custos altos, time to market muito lento e capacidade de escala limitada. Ela não pode oferecer suporte a modelos de negócios baseados na nuvem, serviços sob demanda ou mesmo novas tecnologias como o 5G.
Ao usar arquiteturas baseadas em padrões e APIs abertas, o NaaS fornece abstração comum entre a rede, as operações e as camadas B/OSS, para que os CSPs tenham uma maneira consistente para essas camadas "conversarem" entre si. O BSS se comunica com a camada de gerenciamento de pedidos e o gerenciamento de pedidos se comunica com a orquestração de serviços, que então se comunica com vários domínios como o domínio óptico, um domínio de serviço corporativo ou o domínio 5G. Em última análise, isso permite que nossos clientes CSP eliminem a integração espaguete, substituindo-a por uma arquitetura NaaS aberta e modular que desacopla o B/OSS e a rede.
Um grande benefício ou subproduto dessa transformação é que os CSPs podem fornecer todos os tipos de novos serviços aos clientes, desde SD-WAN até serviços de comprimento de onda e largura de banda 5G sob demanda. Eles podem até oferecer recursos de autoatendimento aos clientes.
A AT&T e a Blue Planet trabalharam juntas como parte de uma recente prova de conceito do TM Forum Catalyst para demonstrar esses recursos. A equipe mostrou como um cliente corporativo pode usar um portal de autoatendimento para solicitar um serviço de comprimento de onda de 100 Gigabit que conectasse duas cidades dos Estados Unidos, e os resultados foram impressionantes. A AT&T concluiu que a adoção de uma arquitetura NaaS pode reduzir em 50% o tempo que leva para ir da inovação ao lucro para serviços de comprimento de onda óptico.
Tendo a SDN como base para avançar em direção à automação
Outro resultado importante da jornada do NaaS é que os CSPs podem adotar totalmente os recursos SDN para acelerar suas iniciativas de automação. A SDN permite que os domínios da rede sejam "programados" ou controlados de forma central e inteligente usando interfaces abertas para simplificar a engenharia de tráfego e o provisionamento de serviços. NaaS se baseia na SDN, permitindo que os provedores de serviços modernizem e automatizem os processos operacionais, como order-to-service (pedido para serviço) e trouble-to-resolve (problemas para resolução), usando orquestração, garantia, análise e controle de política. NaaS coloca os CSPs no caminho para realizar a automação zero-touch (sem contato) do ciclo de vida do serviço, que é um requisito fundamental para uma ampla variedade de casos de uso de computação de ponta e 5G, que vão desde IoT industrial até veículos autônomos.
A Blue Planet trabalhou com sete CSPs para demonstrar como isso funciona em outra prova de conceito do TM Forum Catalyst, mostrando como usar a automação zero-touch do ciclo de vida do serviço para entregar Edge Compute as a Service (ECaaS). Mais uma vez, a equipe conseguiu mostrar como o uso de arquiteturas de referência padrão e APIs torna possível para os CSPs implementarem NaaS e reduzirem o time to market pela metade.
Iniciando a jornada
A coisa mais importante a entender sobre o NaaS é que os CSPs podem começar essa jornada transformacional hoje. A Blue Planet está trabalhando com vários CSPs para desenvolver arquiteturas NaaS. Por exemplo, estamos ajudando o provedor de fibra australiano Vocus a implementar uma arquitetura NaaS automatizada que eventualmente consolidará seis redes e oito pilhas de B/OSS.
A empresa está adotando NaaS, NFV e SDN como parte de sua estratégia de “Estado Futuro” e está usando o portfólio Blue Planet Intelligent Automation. Embora a Vocus leve vários anos para concluir sua transformação trifásica, a plataforma fundamental já existe, com dezenas de sites já usando o Blue Planet Intelligent Automation.
Resultados de medição
A chave para a Vocus e todos os outros CSPs é que eles enxergarão benefícios mensuráveis ao longo de suas jornadas com NaaS. Esses incluem:
- Time to market acelerado para novos serviços, o que leva a novas receitas
- Redução no custo de suporte e integração de operações
- Redução do risco associado à adoção de novas tecnologias e entrega de novos serviços
Os CSPs terão controle automatizado sobre seus ambientes de rede e operações, melhor visibilidade e serão capazes de solucionar problemas facilmente. Isso terá um benefício direto em termos de melhoria do atendimento ao cliente.
Os CSPs costumam pensar que conceitos como NaaS são abstratos, mas isso também é um equívoco. Os benefícios são mensuráveis e quantificáveis - hoje.