Integração proprietária entre OSS/BSS e rede cria obstáculos para a transformação digital e a agilidade nos serviços

Devido à falta de padrões comuns, os CSPs há muito tempo usam interfaces proprietárias para integrar componentes de OSS/BSS firmemente à rede subjacente. Isso permite que eles lancem ofertas de produtos individuais. Embora essa abordagem traga alguns benefícios a curto prazo, como menor tempo de geração de receita, ela cria problemas graves e dispendiosos em longo prazo. Os CSPs precisam de um verdadeiro exército de profissionais internos e externos para gerenciar o enorme e disperso volume de integrações, o que resulta em crescentes custos de manutenção e integração de software.

Outro efeito colateral dessa abordagem é a excessiva dependência da intervenção manual ineficiente para executar atividades rotineiras de criação, ativação e garantia de serviços. Cada esforço de integração é tático e direcionado ao produto. E mesmo quando a automação faz parte da solução, ela é limitada por natureza e, em muitos casos, sua implementação é inviável. Os departamentos de engenharia e operações de rede desenvolvem processos manuais para contornar essas limitações. Tai processos se tornam procedimentos operacionais padrão e, com o tempo, se transformam em conhecimento passado de uma geração à outra, o que é muito difícil de mudar.

Esses são alguns dos maiores obstáculos que os CSPs enfrentam ao tentar aumentar a agilidade dos serviços e acelerar a transformação digital para:

  • simplificar e transformar o OSS e viabilizar novos modelos de negócios, como o de NaaS;
  • reduzir o tempo de lançamento no mercado de serviços 5G;
  • evoluir para as operações mais enxutas e reduzir o OPEX;
  • permitir a desagregação e a transformação da rede em virtual e definida por software.

A estrutura de NaaS do TM Forum desvincula a rede do OSS

Com a estrutura de NaaS, os CSPs podem superar os desafios da arquitetura legada de integração ponto a ponto (também conhecida como “spaghetti integration”) ao separar a rede do OSS/BSS. Isso é possível com a introdução de uma camada de abstração que mascara a complexidade das redes física e virtual subjacentes. Essa camada usa APIs northbound com padrão aberto para se comunicar com o OSS na camada superior e APIs southbound para a comunicação com os controladores nos domínios da rede na camada inferior. Além disso, a estrutura de NaaS é compatível com APIs abertas e padrões do setor para facilitar a integração e manter a consistência na comunicação entre o CSP e clientes/parceiros.

Ao adotar essa abordagem aberta, os CSPs podem aderir a uma estratégia de transformação digital com dupla velocidade para a rede e o OSS.

  • Transformação da rede: as iniciativas estratégicas de transformação da rede, como desagregação, dimensionamento da rede definida por software (SDN), migração para a nuvem e automação, foram desaceleradas porque não é possível prosseguir sem antes fazer alterações significativas no OSS. Isso é um resultado da estreita vinculação entre OSS e rede e da existência de integrações proprietárias incorporadas ao longo dos anos, como sistemas de gerenciamento de rede (NMSs) específicos de fornecedor, sistemas de gerenciamento de elementos (EMSs) específicos para cada tipo de dispositivo e interfaces específicas de domínio. Essas integrações usam uma infinidade de tecnologias, como CORBA, SNMP, MTOSI, XML, FTP, REST e até mesmo CLI. A camada de abstração de NaaS mascara essa complexidade ao substituir essas tecnologias de integração por abordagens modernas, como YANG para interfaces southbound nos dispositivos de rede e ONF/IETF baseado em APIs northbound para a integração com o OSS. Assim, os CSPs podem colocar em prática a estratégia de transformação da rede no ritmo mais adequado, sem afetar diretamente o OSS.
  • Transformação do OSS: o OSS moderno automatizado é essencial para o sucesso dos CSPs na era do 5G. Recursos como gerenciamento de pedidos e orquestração de serviços por autoatendimento, inventário em tempo real e automação ponta a ponta do ciclo de vida de serviços serão necessários não somente para a entrega de serviços digitais e experiência do cliente a empresas, mas também para a viabilização de novos serviços sob demanda, como os novos modelos de negócios baseados em NaaS. Com a camada de abstração de NaaS, os CSPs podem modernizar o OSS com a certeza de que só é necessário alinhá-lo às interfaces southbound exigidas pela camada de NaaS, como a T-API da ONF. Além disso, a camada de NaaS proporciona exposição a serviços para que os CSPs possam oferecer serviços corporativos para empresas sob demanda como parte da estratégia comercial da NaaS.

A implantação iFUSION da Telefónica está alinhada com a estrutura de NaaS

A Telefónica Deutschland implementou uma arquitetura de controlador de SDN hierárquico para sua rede óptica parcialmente desagregada, o que inclui terminais abertos separados (OTs) e um sistema de linha aberta (OLS). A empresa implantou o MDSO da Blue Planet, compatível com NaaS, como o controlador de rede de transporte definida por software (SDTN) visando gerenciar os serviços de conectividade disponibilizados em sua rede óptica de vários fornecedores.

Saiba mais sobre essa implantação no Estudo de caso da Analysys Mason:
Telefónica Deutschland forma parceria com a Blue Planet para realizar sua estratégia de SDN de transporte, iFUSION

A estrutura de NaaS do TM Forum é compatível com abstração baseada em modelo e APIs abertas. Isso permite aos CSPs automatizar o gerenciamento do ciclo de vida de serviços e aos clientes corporativos controlar tais serviços. Além disso, essa simples abordagem baseada em padrões para operações é a base para que os CSPs acelerem a transformação digital e viabilizem a adoção de tecnologias e serviços de 5G.